Documentário

Autores

  • Editor RSP

DOI:

https://doi.org/10.21874/rsp.v70i02.4434

Resumo

Constitui lugar comum a respeito de nossa vida cultural o fato
de não sermos amigos de conservar documentos ou prestar testemunhos.

 Os homens públicos, entre nós, não se julgam obrigados
a fazer memórias, nem crêem na sua utilidade; não mantêm diários;
não guardam minutas das cartas que escrevem. Daí, muitas
vêzes, o espanto de alguns biógrafos ao registar que as figuras que
procuram reviver não rasgavam papéis. Foi o caso de Joaquim
Nabuco, assinalado por sua filha. Será, todavia, uma exceção, tão
reiterada vem sendo a queixa de historiadores ante a penúria de
informações. Anos depois de participarem dos acontecimentos,
quando convocam suas reminiscências, nossos políticos e administradores
têm de admitir que, em geral, elas são vagas e traiçoeiras,
e dificilmente lhes permitem reconstituir os fatos como se passaram,
e menos ainda o estado de espírito, tão fugidio, que a êles presidiu.
No entanto, dia a dia se torna mais importante êsse gênero
de depoimento, menos pelo valor próprio, que acaso apresente, de
que como sintoma de uma intensa vida cívica, que importa preservar
por todos os meios.

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Publicado

1956-02-12

Como Citar

RSP, E. (1956). Documentário. Revista Do Serviço Público, 70(2), 123-125. https://doi.org/10.21874/rsp.v70i02.4434

Edição

Seção

Editorial